segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Eros, c. 1817.
Pierre Cartellier (1757-1831)
Parigi – Louvre

"Eros, para os gregos, era uma divindade muito forte. Eros ligado à Afrodite é uma força universal, uma força que aproximava todos os homens, uma força social, porque a vinculação entre os homens da cidade - na definição de Aristóteles, 'o homem é um ser político' - a vida política era uma vida erotizada. Em lugar da multidão, da multidão anônima, o homem tinha vínculos de afeto profundo. 

Hoje, se nós caminhamos pela rua, estamos dentro da multidão completamente sós. Não há ninguém por nós. Se somos agredidos, é recomendação da própria polícia que não se intervenha num conflito em que não se está pessoalmente envolvido. Isto significa que, dentro da multidão, podemos ser agredidos e podemos ser até mortos sem que ninguém nos socorra. A vida atual é uma vida efetivamente deserotizada."

Donaldo Schüler, Doutor em Letras, escritor e tradutor brasileiro
Fonte: Fronteiras do Pensamento



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