O Estado não pode colocar-se no mesmo plano do
indivíduo singular. O indivíduo age por raiva, por paixão, por
interesse, em defesa própria. O Estado responde de modo mediato,
reflexivo, racional. Também ele tem o dever de se defender. Mas é
muito mais forte do que o indivíduo singular e, por isso, não tem
necessidade de tirar a vida desse indivíduo para se defender. O Estado
tem o privilégio e o benefício do monopólio da força. Deve sentir toda a
responsabilidade desse privilégio e desse beneficio.
Norberto Bobbio, "A era dos direitos". tradução Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. 74.
Norberto Bobbio, 1909-2004