quarta-feira, 9 de maio de 2012

A mulher que passa*

Cena do filme "Monella" (1998), de Tinto Brass

Meu Deus, eu quero a mulher que passa
Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca! 

Oh! como és linda, mulher que passas
Que me sacias e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!

Teus sentimentos são poesia
Teus sofrimentos, melancolia.
Teus pelos leves são relva boa
Fresca e macia.
Teus belos braços são cisnes mansos
Longe das vozes da ventania.

Meu Deus, eu quero a mulher que passa!


[fragmento]


Vinicius de Moraes. in. Nova antologia poética. Ed. Comp. das Letras, 2005, p. 20.


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