Diego
não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o
mar.
Viajaram
para o Sul.
Ele,
o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando
o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito
caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar,
e tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
E
quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
-
Me ajuda a olhar!
Eduardo
Galeano in. “O livro dos abraços”. Ed. L&PM, 2010, p. 15.