domingo, 26 de fevereiro de 2012

A mulher vitoriana*



Por Emily Brontë



Cathy permaneceu em Thruscross Grage cinco semanas; até o Natal. Durante esse tempo, seu tornozelo curou-se completamente e seus modos melhoraram muito. A patroa, naquele período, visitou-a muitas vezes, e iniciou seu plano de reforma, tentando despertar-lhe o amor próprio, com belas roupas e lisonjas, que ela aceitava de boa vontade. De modo que, em vez de uma pequena selvagem, embarafustando pela casa, de cabeça descoberta, e lançando-se sobre a gente para abraçar-nos até tirar-nos o fôlego, vimos descer de um lindo poldro negro uma pessoa muito distinta, com cabelos castanhos que caiam de sob um chapéu de castor, enfeitado de plumas, e com um comprido vestido de veludo, que ela era obrigada a suspender com as duas mãos para poder andar. Hindley apeou-a do cavalo, exclamando, encantado:

- O que, Cathy! Estas uma verdadeira beleza! Quase não te conheço. Agora sim, estás parecendo uma senhora.


[fragmento]


in. O morro dos ventos uivantes, 1979, p. 53.

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