domingo, 16 de dezembro de 2012

Os tempos da fotografia*


Com a invenção da fotografia, inventou-se também, de certa forma, a máquina do tempo. Não aquelas dos filmes de ficção científica, uma câmara repleta de inúmeros aparelhos estranhos onde personagens necessitavam entrar, serem conectados a um emaranhado de fios e, de repente, desaparecerem em meio a um denso véu de fumaça, para, a seguir, reaparecerem em algum outro lugar e época. Refiro-me à máquina do tempo enquanto máquina fotográfica e, especialmente, ao produto desses aparelhos: as imagens. Com elas, viajamos no tempo, em direção aos cenários e situações que nelas vemos representados; através de nossas lembranças, de nossa imaginação, viajamos ao passado e vivemos por instantes essa ilusão documental.


[...]

As imagens revelam seus significados quando ultrapassamos sua barreira iconográfica; quando recuperamos as histórias que, em sua forma fragmentária, trazem implícitas. Através da fotografia aprendemos, recordamos, e sempre criamos novas realidades. Imagens técnicas e imagens mentais interagem entre si e fluem ininterruptamente num fascinante processo de criação/construção de realidades – e de ficções.

[Fragmento]


Boris Kossoy in. “Os Tempos da Fotografia”. Ed. Ateliê, 2007, pp. 146-7.

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