O desemprego multiplica a delinqüência e os salários
humilhantes a estimulam. Jamais teve tanta atualidade o velho provérbio que
ensina: “O vivo vive do bobo e o bobo de seu trabalho”. De resto, já ninguém
diz, porque ninguém acreditaria, “trabalha e prosperarás”.
O direito ao trabalho já se reduz ao direito de trabalhar
pelo que querem te pagar e nas condições que querem te impor. O trabalho é o
vício mais inútil. Não há no mundo mercadoria mais barata do que a mão de obra.
Enquanto caem os salários e aumentam os horários, o mercado de trabalho vomita
gente. Pegue-o ou deixe-o, porque a fila é comprida.
*Eduardo Galeano in. “A escola do mundo ao avesso”. Ed.
L&pm, 2011, p. 169.
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Powerhouse
Mechanic and Steam Pump, c. 1920.
Lewis Hine,
1874-1940.