quarta-feira, 3 de julho de 2013

Roda viva*

_____A humanidade concordou em desconhecer que a morte seja também a juventude do mundo. De olhos vendados recusamo-nos a ver que só a morte incessantemente assegura um rejuvenescimento sem o qual a vida declinaria. Recusamo-nos a ver que a vida é a armadilha oferecida ao equilíbrio, que a vida é inteiramente instabilidade e desequilíbrio e que neles se precipita. É um movimento tumultuoso que incessantemente provoca a explosão, mas explosão incessante, que não cessa de esgotar, e que só pode prosseguir sob uma condição: a de que os seres que ela gera e cuja força explosiva está esgotada cedam o lugar a novos seres que entram na roda com nova força.

*Georges Bataille in. “O Erotismo”. Ed. Antígona, 1988, p.52.

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Morning bouquet.
Alfred Guillou, 1884-1926


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