domingo, 9 de outubro de 2011

Ai! Se sêsse!... *


Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dois se impariásse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!
Se pro céu nós assubisse?
Mas porém, se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as portas do céu e fosse,
te dizê quarqué toulíce?
E se eu me arriminasse
e tu cum eu insistisse,
prá qui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse?...
Tarvez qui nós dois ficasse
tarvez qui nós dois caísse
e o céu furado arriasse
e as virge tôdas fugisse!!!

Zé da Luz
_____
*Enquanto os Doutores e Sacerdotes da Língua Portuguesa discutem sobre o certo e o errado na escrita e na fala do brasileiro, me deleito com o canto “errado” do velho Gonzaga e com a poesia de Severino de Andrade Silva (Zé da Luz) aproveitando para aprender mais sobre o “Brasil Profundo”, aquele que a Academia nunca vai descobrir. 
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