Leve,
como após a morte,
as
luvas e o lenço toma.
Da
cômoda, um cheiro forte
suplanta
o dileto aroma
tão
próprio de antigamente
já
vaidosa não indaga
(a
algum remoto parente)
–
Que tal? – e em sonhos divaga
na
alcova, que assim bonita
conserva
e trata e aprimora:
porque
certamente a habita
a
mesma moça de outrora.
Rainer Maria Rilke in.
“Poemas”. Ed. Ediouro, s/d. p.47.