Ao
ocupar-se da narrativa histórica constituída pelas fotografias de imprensa, o
historiador não pode situar-se como mero espectador dos fatos passados, tomando
tais imagens como janelas que se abrem aos acontecimentos. Ao contrário, há de
se posicionar criticamente em relação às operações conceituais e práticas que
envolvem a produção, a circulação, o consumo e o agenciamento das fotografias
de imprensa pelos sujeitos envolvidos em tais operações: fotógrafos, editores,
jornalistas, público etc. Ao julgar tais fotografias como imagens-monumento e
imagens-documento, a análise historiográfica vai de encontro às memórias
construídas sobre os acontecimentos, desmontando-as, desnaturalizando-as,
apontando para seu caráter de construção, comprometimento e subjetividade.
*Ana
Maria Mauad in. “História e Imprensa: representações culturais e práticas
políticas”. Ed. DP&A, 2006, p. 381.
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Menina
de cinco anos rejeita o cumprimento do presidente João Figueiredo em plena
ditadura militar no Brasil /Cerimônia no Palácio da Liberdade, Belo Horizonte, 1979. Photo:
Guinaldo Nicolaevsky.