quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Agora é oficial: Kassab, o Jânio sem álcool*



Por Xico Sá


  
Quando digo que o Kassab, o Sr. K., é o Jânio Quadros sem álcool, muita gente acha ruim.

Principalmente os religiosos janistas. Com alguma dose a mais de razão.

Além de fazer mais pela cidade, no seu segundo mandato como prefeito nos anos 1980, Jânio era mais autêntico na sua tragicomédia política. Um artista.

Kassab é um Jânio sem álcool até ao imitar, voluntária ou involuntariamente – vai saber do que são capazes os homens do marketing - a pose clássica de JQ durante a assombrada passagem pela Presidência.

O fotógrafo Luis Carlos Murauskas, da Folhapress, que sabe mais de política do que nós todos juntos, deve ter dado risadas durante o seu clique – foto acima.

O moonwalk de uma nota só de Jânio é mais estiloso. A água escocesa realmente azeita a musculatura e ajuda na coreografia.


Em ambos, porém, o passo provoca a mesma ilusão de ótica que tínhamos com o gênio e inventor Michael Jackson: quando achamos que estão andando para a frente, estão de marcha à ré na história.

Outra marca janista que o sr. K. imita é a das proibições. Quem não governa, proíbe. É bem mais fácil.

Se Jânio vetou o biquíni no Ibirapuera, Kassab mandou logo lacrar os puteiros e inferninhos.  

A blitz, a pegadinha, a visita-surpresa a órgãos públicos também era outra característica de JQ.

O senhor K. até que tenta, mas o charme do dramalhão janista é insuperável. Foi um dos maiores atores que o país já teve.

Kassab é mais sincero, sua face corada entrega a farsa. Taí uma grande vantagem do alcaide paulistano.

Quem seria hoje, em matéria de artes dramáticas, o grande nome na política?



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