sábado, 24 de setembro de 2011

Nada é impossível de mudar*


Desconfiai do mais trivial,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada, 
de arbitrariedade consciente, 
de humanidade desumanizada, 
nada deve parecer natural 
nada deve parecer impossível de mudar.


Bertolt Brecht

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*Este “poeminha” do poeta e dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956) é uma fala mais que autorizada, é um alerta para tempos sombrios, como o nosso. Tempo em que “não nos surpreendemos mais com as coisas”, em que o banal está na ordem do dia, nos cegando e nos entorpecendo o poder de crítica, de denúncia. O maior cego do nosso tempo é justamente aquele que enxerga demais, que se habituou completamente ao mundo, aquele que não mais se transtorna ou se revolta. 
"Gritai quando a dor lhes doer! Mas também Gritai pela dor dos outros, seus semelhantes."

Por Josenias Silva
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