sábado, 23 de fevereiro de 2013

Lido nos muros das cidades*


Gosto tanto da noite que poria um toldo no dia.
Sim, a cigarra não trabalha. Mas a formiga não canta.
Minha avó disse não à droga. E morreu.
A vida é uma doença que se cura sozinha.
Esta fábrica fuma pássaros.
Meu pai mente como um político.
Basta de fatos! Queremos promessas!
A esperança é a última que se perdeu.
Não fomos consultados para vir ao mundo, mas exigimos que nos consultem para viver nele.
Existe um país diferente, em algum lugar.

*Eduardo Galeano in. “De pernas pro ar: a escola do mundo ao avesso”. Ed. l&pm, 2011, p.325.

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France, mai-68.

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