Todas as metamorfoses do real, todas as formas de conhecimento
cabem no perímetro do romance, assim transformado numa espécie de síntese ou de
superfície refletora da totalidade do mundo. Dessa conjuntura promana a sua
função gnoseológica: mais conhecimento que entretenimento, o romance permite ao
escritor construir um projeto ambiciosamente globalizante das multiformes
experiências humanas, e ao leitor, desfrutá-lo de modo privilegiado, sem risco
para sua própria existência; o prosador conhece o mundo por meio do romance, e
dá-o a conhecer ao leitor; não existe, nos quadrantes da criação literária,
meio mais completo para se chegar a uma imagem totalizante do Universo.
*Massaud Moisés. in. “Dicionário de Termos
Literários”. Ed.Cultrix, 1974, p.452.
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Pierre-Auguste
Renoir, 1841-1919.