Por Glauco Mattoso
Palavras são palavras... Se Chicago
é nome de cidade, sem falar
de Boston, Praga, Mérida, não cago
se chamo um nome sério de vulgar...
Se Bulhões de Carvalho eu batizar
a rua dum puteiro,nada vago
será o sentido dado. Esse lugar
do Rio sempre teve o pato pago...
Quem manda haver num nome som sacana?
Um cara de Timor chama Xanana,
não chama? E o mafioso era Buscetta!
Depois querem que eu seja cuidadoso!
Ou não me chamarei Glauco Mattoso,
ou gafes nada impede que eu cometa!
é nome de cidade, sem falar
de Boston, Praga, Mérida, não cago
se chamo um nome sério de vulgar...
Se Bulhões de Carvalho eu batizar
a rua dum puteiro,nada vago
será o sentido dado. Esse lugar
do Rio sempre teve o pato pago...
Quem manda haver num nome som sacana?
Um cara de Timor chama Xanana,
não chama? E o mafioso era Buscetta!
Depois querem que eu seja cuidadoso!
Ou não me chamarei Glauco Mattoso,
ou gafes nada impede que eu cometa!
Glauco Mattoso, As mil e uma línguas, 2008, p.52.
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*Glauco Mattoso é poeta, ficcionista, chronista e columnista em diversas midias. Pseudonymo de Pedro José Ferreira da Silva (paulistano de 1951), o nome artistico trocadilha com "glaucomatoso" (portador de glaucoma, doença congenita que lhe acarretou perda progressiva da visão, até a cegueira total em 1995), alem de alludir a Gregorio de Mattos, de quem é herdeiro na satira politica e na critica de costumes. [informação retirada do site oficial do autor].