domingo, 15 de abril de 2012

O Beijo: Gustav Klimt*

O Beijo, óleo sobre tela, 180 x 180
Österreichische Galerie

Mostrando a influência dos escritos do compatriota vienense Sigmund Freud, as obras do pintor Gustav Klimt (1862-1918) refletem os anseios intelectuais, eróticos e simbólicos e também as paixões estéticas do dinâmico círculo intelectual da Viena do fin de siècle. O trabalho de Klimt faz uma síntese impressionante e sofisticada de Simbolismo e Art Nouveau. Usando a ornamentação elaborada característica do Art Nouveau, o artista pintou imensos frisos ornamentais retratando cenas com um clima de conto de fadas, e produziu ainda retratos marcantes que fundem as formas estilizadas e cores extravagantes do Simbolismo ao seu conceito pessoal e eclético de beleza.

Sua obra-prima, O Beijo (1907-1908), é uma festa reluzente de erotismo e beleza. O quadro tem um brilho sensual de mosaico bizantino. Um homem, envolvido num manto dourado ricamente trabalhado, se inclina para beijar uma mulher que está de joelhos. Dos corpos dos amantes vemos apenas os rostos e as mãos, além dos pés flexionados da mulher, com os dedos retorcidos de prazer. Todo o resto é uma opulenta cascata de ouro ricamente engastada com alexandritas, ametistas, safiras, rubis, opalas e esmeraldas. Por baixo deles se estende um leito de pétalas.


Julie Enfield. in. A história íntima do beijo. Ed. Matrix, 2008, pp. 169-170.


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