quarta-feira, 21 de março de 2012

Morte*



Por Alcenor Candeira Filho



por que te chamam a megera fria
ou das trevas a eterna namorada
ou a amante de garras assassinas
ou a ignorada das ignoradas?

por que do além à voz inaudível
que nos silêncios da cova ecoa
como macabro som inconfundível
se dobram todas as vítimas próximas?

os que te chama a infalível musa
por que adoram adornar-te com flores
as nebulosas e sinistras formas?

o que procuram na invisível luz
os que te chamam a consoladora
se não és mais que candelabro d´ossos?


in. Seleta em verso e prosa. Ed. Sieart, 2010, p. 181.


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